DAQUELE JEITO
7h50 o bashar a la zap me vibra. Abro os olhos. “Cadê você, cara?”, perguntava-me o Cleyton.
Eu disse que já tava quase na casa dele, como marcamos, às 8h. Mas eu nem tinha levantado ainda pra falar a verdade. Íamos para Ilha Grande naquela sexta-feira e nosso ônibus saía às 9h. Corri e continuei correndo até chegar na casa do menino por volta das 8h15. Ele já me esperava e pedia o uber, que em menos de cinco minutos freou próximo a nós. Entramos.
– Vão pra rodoviária, né? – confirmou o motorista.
– Isso. Mas aí… DAQUELE jeito. – explicou o Cleyton.
Colocou o óculos de grau. O homem olhou-nos pelo retrovisor.
– DAQUELE jeito?
– É, nosso ônibus sai às 9h.
– Vocês sabiam… que eu era piloto de ambulância?
Quem andasse pelas ruas do Méier naquela manhã de sexta talvez conseguisse ver o vulto da máquina que engolia as ruas em direção à Rodoviária Novo Rio.