A Geração ZapZap e O Sênior Midiotizado

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Vocês já notaram como adultos geralmente são patéticos na Internet? Gosto de chamá-los de Geração do ZapZap, um pessoal de 40 anos pra cima que aderiu recentemente ao mundo virtual e esta parece ter sido a pior coisa que poderiam ter feito.

Viciados em Whatsapp, eles já chegaram atualizando o nome para Zap Zap, o que já mostraria bem sua falta de senso estético, não fosse a ressignificação pós-irônica do termo, que viciou a todos nós nas nomenclaturas de Zap, Led Zappelin, Bashar a la Zap, Zap Efron, entre outros nomes da Comunidade Zapping Zonica.

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Freestyle de Ideias #02

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Se possível, não devemos alimentar animosidade contra ninguém, mas observar bem e guardar na memória os procedimentos de cada pessoa, para então fixarmos o seu valor, pelo menos naquilo que nos concerne, regulando, assim, a nossa conduta e atitude em relação a ela, sempre convencidos da imutabilidade do caráter. Esquecer qualquer traço ruim de uma pessoa é como jogar fora dinheiro custosamente adquirido. No entanto, se seguirmos o presente conselho, estaremos a proteger-nos da confiabilidade e de amizades tolas.

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A Força de Mediocridade

Quem fez da modéstia uma virtude esperava que todos passassem a falar de si próprios como se fossem idiotas. O que é a modéstia senão uma humildade hipócrita, através da qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não têm?
Schopenhauer

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Uma vez no terceiro período eu queria fazer um trabalho para a matéria “Estudos de Consumo”. Toda a ementa versava sobre as lógicas de consumo, sobre como a sociedade como um todo passou a desejar de diferentes maneiras, dos ciclos e gatilhos de desejos que moldam nossa vida e cultura. Eu sempre faltei essa aula, pois começava às 8h e eu nunca que vou conseguir chegar na faculdade às 8h, mas o trabalho era obrigatório e eu estava empolgado com um tema: “O Romance na Pós-Modernidade”.

Estava lendo uns livros de antropologia sobre as lógicas dos relacionamentos amorosos em diferentes momentos da humanidade e sobre como a pós-modernidade oferecia todo um novo aparato de relações, descartáveis, transitórias, desapegadas, mas também a partir das quais encontramos voz, melhorias e crescimento.

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Quanto vale a sua opinião?

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Eu admito, não foi fácil. Eu já fui errado, já me importei. Já tentei argumentar. Já falei “eu só acho que” e defendi alguma efemeridade qualquer. Mas passou. Agora, não só gosto, como adoro essa história de que hetero-homem-branco não tem que dar opinião em nada.

Ao entrar na faculdade, no furor da juventude, somos tomados por um vigor, uma disposição incrível de argumentar e se fazer ouvir. Fomos aprisionados em regras obscuras durante toda a adolescência e experimentamos, alguns, a liberdade de pensamento pela primeira vez.

Nos perdemos em duelos retóricos, muitos rasos, por pessoas rasas ou por argumentos rasos. Alguns não. Alguns são incríveis, construtivos, edificantes. Nos dão uma euforia danada, o coração bate acelerado, as teclas são batidas desenfreadamente, enviamos mensagens sem nem reler direito (e pensamos, merda!, reler teria evitado tanta coisa…).

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Freestyle de Ideias

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MONOGAMIA MUSICAL

Esses dias comentaram comigo “eu gosto de ter vários romances, sabe? não quer dizer que eu queira namorar com nenhum deles. Às vezes, quando você ta empolgado, você até passa um tempo monogâmico, não dá vontade de ficar com mais ninguém. Mas isso passa, né, sei la, as pessoas não entendem e grudam, ai me broxa totalmente. A monogamia a longo prazo pra mim não faz o menor sentido.

Eu não só concordei com cada vírgula e entonação, como mais tarde ainda pensei, ouvindo apaixonadamente uma nova música: com a música acontece a mesma coisa.

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Discretos feixes de poesia

Me asssusta&entristece a pasteurização dos discursos hoje em dia.

Nossos discursos influenciam diretamente a forma como a gente enxerga a vida. E os discursos hoje em dia estão podres, pobres e destrutivos.

Primeiro que hoje em dia tudo é opinião. Todo mundo dá opinião. Todas as frases começam com “eu acho” ou variante. Mas a opinião divide. Quem ouve, imediatamente se vê obrigado a se posicionar entre “concordo” ou “discordo”. A partir disso, a vida vira uma dualidade torturante.

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