Um Pequeno Herói (Fiodor Dostoiévski) – Resenha

Podia-se esperar algo taciturno, mas o livro acaba sendo um refúgio mental de Fiodor, uma novela inocente sobre a descoberta do primeiro amor de uma criança.

Recentemente uma faculdade de Milão cancelou aulas de estudo de Dostoiévski por conta da investida russa na Ucrânia. Esse livro, do autor, foi escrito em 1849 de dentro da prisão. Dostoiévski foi preso numa perseguição czarista a grupos que se reuniam para discutir a democracia e a revolução operária. Ficou 8 meses preso num cubículo de 5m2 sem vela, sem banho de sol, com pouca comida e perseguido diariamente por pesadelos.

Podia-se esperar algo taciturno, mas o livro acaba sendo um refúgio mental de Fiodor, uma novela inocente sobre a descoberta do primeiro amor de uma criança. Diversas vezes reescrita e com um final brusco, esse texto não agradou Dostoiévski, à época condenado à morte.


A condenação foi revogado, mas o czar proibiu que se contasse aos prisioneiros. No dia da execução, eles percorreram todo o ritual da execução normalmente. Só no último momento de desespero foram avisados que a pena fora trocada – e que eles passariam os próximos anos de sua vida fazendo serviço militar forçado.


Dostoiévski foi vítima de um regime autoritário. Num momento em que outro regime autoritário se arvora pelo leste europeu, devemos retomar sua luta, não cancelá-la.

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