
“Shishosetsu”, a “Literatura do Eu”, é um estilo literário em primeira pessoa que mistura a ficção e a não-ficção com histórias profundamente confessionais. Após 700 anos de regimes militares, ele marca a primeira vez que os japoneses puderam escrever sobre si mesmos livremente. Sobre seus pensamentos, sentimentos, segredos, confissões e, principalmente, sobre a dualidade de um Japão que experimentava a liberdade pela primeira vez.
Entre o anos 1910 e 1950, o Shishosetsu foi composto por livros que falavam sobre depressão, pedofilia, suicídio, orientação sexual, crimes e outras coisas que até então estavam escondidas.
Nesse livro, Tanizaki conta a história de um casal que se divorcia na década de 1920, mas não consegue assumir o divórcio para a sociedade, nem para a família. Eles montam e combinam um teatro para fingir que seguem casados, enquanto juntam coragem para assumir o desquite. Enquanto isso, o marido se aproxima cada vez mais do sogro, um homem extremamente saudosista, que após viuvar se casa com uma jovem de 22 anos.

Conhecemos uma mulher que tem o ímpeto pelo mundo ocidental, um mundo que lhe dá liberdade para buscar uma felicidade que nunca teve; e um homem que se aproxima do sogro na paixão por um japão tradicional e extremamente único. É um prato cheio para quem gosta de cultura japonesa.
O autor passou por situação similar ao se divorciar amistosamente em 1930.