Da primeira vez que fui convidado a dar aula de português, há 9 anos, até hoje, quando sou coordenador de conteúdo de uma das maiores empresas do Brasil, consegui adicionar um zero à direita no meu salário bruto. Durante todos esses anos, uma coisa permaneceu imutável – eu nunca tirei nenhuma satisfação pessoal do meu trabalho.
As únicas vezes que me aproximei ligeiramente de uma satisfação foi quando produzi eventos. Em 2014, o Maravilhas Gastronômicas reuniu produtores de queijo, cerveja e linguiça do Rio de Janeiro. Em 2019, o Equipotel reuniu hoteleiros e fornecedores de todo o Brasil. E em 2021, o Transformando Energia em Cultura reuniu produtores culturais da Bahia e do Rio Grande do Norte.
Mas a produção de eventos é tão horrorosa em todo o seu decorrer, com tantas coisas urgentes, tantas falhas possíveis, tantos problemas ululantes, que eu jamais a tomaria por carreira. É gostoso, sim, ver as luzes do palco acesas e tudo correndo bem, o sentimento de dever cumprido. Mas viver disso é coisa de maluco ou cheirado.
Isto posto, nos meus 9 anos de carreira eu nunca gostei muito do que eu fiz. Não que fosse chato. Eu faço, é de boa. Mas se eu pudesse escolher o que fazer da minha vida, ignorando todos os fatores que a circundam, nunca escolheria isso.
Outro dia fui a um hotel fazenda e observei um cara da minha idade varrendo o chão do bar. O bar era aberto, cercado de natureza, uma piscina lindíssima a 5 metros, um sol brilhante no céu, sertanejo tocando na rádio. Ele não deve ganhar metade do que eu ganho, mas o invejei simplesmente por que o trabalho dele parecia mais vivo que o meu.
Esse sentimento se repete aleatoriamente. Também invejei quando vi um cara varrendo o chão de uma loja de ferragens. E invejei quando uma mulher me serviu um pão com linguiça num bar de rodovia. E invejei quando vi um Rappi andando de bicicleta sem as mãos.
Todas essas pessoas, ainda que absurdamente marginalizadas pela economia nacional, vivem a vida de uma maneira totalmente distinta da minha. Porque a profissão delas envolve falar com pessoas, se movimentar, olhar para coisas. E a minha profissão envolve sentar na frente de uma tela.
Se um entregador de Rappi ganhasse o mesmo que um Coordenador de Conteúdo Digital, eu seria Rappi. O Rappi vive o dia ao ar livre, observa a parábola do sol do início ao fim, sente o vento e a garoa, movimenta as pernas, os braços e vê pessoas e coisas.
Eu vejo telas e letras.
O meu filme favorito é “O Carteiro e O Poeta” e pensando agora vejo que talvez seja por retratar a simplicidade do trabalho de andar de bicicleta em dias ensolarados para entregar cartas e conhecer pessoas.
Começar um novo emprego no meio de uma pandemia me trouxe muitas reflexões sobre o meu trabalho. Como não há o hábito de ligar as câmeras, eu estou há meses conversando com a sigla do nome das pessoas no Microsoft Teams. A minha melhor amiga é a IS, uma moça com sotaque de Pernambuco, e minha chefe, a MW, tem sotaque baiano mas mora no Rio. Isso é tudo o que eu sei delas.
Eu sou uma pessoa muito legal, mas é preciso estar lá pra ver. Sem ver meus traquejos, minhas ironias, os sorrisos debochados ou os olhares atentos de quem escuta, talvez eu não seja tão legal assim. Talvez eu seja silencioso demais, ou faça perguntas em excesso. Eu não tenho como saber, não vejo suas expressões quando me ouvem.
E também não tenho como saber se eu ainda sou uma pessoa agradável. Depois de um ano e meio sem sentar em um barzinho, sem conhecer as retóricas dos meus amigos, sem elaborar meus próprios pensamentos em palavras ébrias, talvez eu não seja mais tão legal. Eram eles que me tornavam legal, essas circunstâncias, a eloquência da cevada, a perspectiva muito melhor de quem enxerga a vida com outros olhos.
Daí que por vezes eu me vejo perdido em uma profissão que me priva da vida, me priva de viver os dias, e não tenho sequer um companheiro que compartilhe disso.
Não sei como as pessoas conseguem, mas eu não deixo de estar incoformado com isso. Vou fazer 27 anos e passei os últimos 9 em escritórios, desperdiçando meu tempo e minha juventude em joguinhos de ego, em mecanismos metafísicos de crescimento mágico. As situações absurdas de 100 Anos de Solidão me parecem mais palpáveis do que o crescimento orgânico do número de sessões no Google Analytics.
No final, de que adiantou? Criei o site da minha ex empresa do zero e saí dela com uma média de 3000 visitas por dia. Muito legal, mas de que adianta agora que saí? Todo o esforço? Deu-me uns salários e um teto, usei para postergar esse autoengano.
INVESTIMENTOS
Eu comecei esse texto com o intuito de ensinar meus leitores a investirem. Porque o investimento é a única coisa que anestesia um pouco essa angústia. Como dizia o Forfun, “adestrado, semiescravizado, é senzala em movimento o ônibus lotado”, minha única esperança de alforria é alcançar um valor de investimentos tal que eu possa garantir uma renda mensal suficiente para procurar uma profissão que me faça sentir vivo.
Desde o meu primeiro salário até o último, eu sempre juntei. Mas só há alguns meses que eu sei o que fazer com essa grana. É simples, é rápido, e vai garantir uma vida muito melhor, independente de quais sejam suas aspirações na vida.
Portanto, faça.
Passo 1
Se você já pensou em investir em ações mas achava perigoso, relaxa, agora é mole. Todo dia primeiro do mês você entra nesse link aqui e confere a Carteira Recomendada da Nova Futura. Todas as corretoras sugerem “carteiras”, que são grupos de ações. Você não precisa saber ou entender nada de economia – basta seguir os conselhos de quem sabe. A Nova Futura tem a melhor carteira há vários anos. Todo primeiro dia do mês eles tiram duas que perigam e adicionam duas apostas promissoras. Veja a carteira de Abril:
A porcentagem ali ao lado é a quantidade do patrimônio que você vai por em cada ação. Se você tem 1000 reais, 75 vai na BBDC, 100 vai na Cyrela, 125 na Vale, etc.
Passo 2
Crie uma conta na XP Investimentos, a corretora com a menor taxa de corretagem do mercado (ou seja, eles cobram menos % em cima do seu lucro). Quando você cria uma conta lá, eles também te criam uma conta de banco. Você envia seu dinheiro para essa conta e ele magicamente aparece no App da XP.
Abra o App > Vá em Bolsa > Adicionar Ativos
Clica na ação > Define a quantidade > Comprar
Pronto, você é efetivamente um investidor em ações agora, e você possui uma carteira diversificada com as apostas mais certeiras do mercado. Em 2020, a Carteira da Nova Futura teve um rendimento de 37%. Ou seja, quem botou 1000 reais, terminou o ano com 1370.
Quem botou 100.000, recebeu 37.000 reais, em média 3083 reais por mês, ou seja, um salário.
Parece impossível chegar a 100.000, certo?
Mas é mais fácil do que parece graças aos juros compostos. Eu sou péssimo em matemática, então vamos facilitar. Se você botou 1000 reais e ele rendeu 200 reais em um mês, no mês seguinte você terá 1200. Esses 1200 renderão 220 reais, pois o rendimento passado renderá mais no futuro. No segundo mês, você terá 1420, que renderá 242 ou sei lá quanto, mas você entendeu a lógica.
Investimento é um negócio que se retroalimenta. Dinheiro traz dinheiro.
Então você entra numa Calculadora de Juros Compostos e percebe que, se você investir 1000 reais por quatro anos nessa Carteira, em 48 meses, você terá 86.600 reais.
Quatro anos é o suficiente para que quase metade do seu patrimônio tenha surgido de JUROS, ou seja, dinheiro que você ganhou sem fazer NADA.
Você tem 10 mil reais guardado aí que economizou na pandemia? Se você investir hoje, daqui a um mês você terá 10.320, ou algo em torno disso.
Se você também é péssimo em matemática, calma, ainda temos o…
Passo 3
Baixe este app aqui, chamado Real Valor. Todas as transações que você faz em investimentos ficam registradas no CEI (Canal Eletrônico do Investidor). Esse aplicativo importa todas as transações e te entrega relatórios, imposto de renda e gráficos como esses:
Passo 4
Tenha uma vida muito mais agradável! Não se prive de vontades, dê confortos para sua família e amigos, crie uma estrutura familiar estável. Pode parecer absurdo, e é mesmo – é fácil assim mesmo. Claro, não são todos que podem colocar 1000 reais por mês. Mas seja colocando 20, 30, 50, 100 – essa grana vale, ela rende, ela cresce.
Tenho 26 anos e gostaria de me aposentar antes dos 30. Não pra ficar à toa – mas pra trabalhar num hotel fazenda, ou entregando coisas de bicicleta, talvez até sendo um professor de faculdade, ou um político, quem sabe Secretário de Educação do Estado? Sem pressão, sem grilo, minha sobrevivência já estará garantida.
Também poderei ajudar pessoas com constância, não apenas esmolas ou pratos de comida, mas adotar famílias que caibam dentro do meu rendimento passivo. Talvez assim eu diminua a sensação de que minha vida está passando à toa.
Daqui a alguns anos eu volto aqui e digo se deu certo.
Se tiver qualquer dúvida, deixa aí nos comentários.