“O homem rude se contenta, desde que veja algo acontecer; o homem culto quer se emocionar; e só ao homem francamente culto agrada a reflexão.”
– Goethe
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Este post foi uma gracinha que fiz para uma das pessoas mais maravilhosas do universo, a Carolzinha.
Oi florzinha linda com pétalas de sorriso,
Fiz a lista que você pediu. Dos 20 filmes que mais me marcaram (eu os marco no Filmow), peguei os 6 mais importantes, não só para minha constituição como pessoa, mas também para a história do cinema, do fazer fílmico, e da cultura geral mesmo. Você pode encontrá-los facilmente pela internet.
– Pierrot, le Fou (França, 1963)
Godard inventou uma forma de fazer cinema que influenciou tudo o que foi feito depois dele. Só que, quando a fórmula deu certo, ele a abandonou e começou a fazer filme conceitual. Esse aqui é o auge do Godard “comercial”, fácil e super gostoso de assistir. Romance que serve para você conhecer o Godard, Anna Karina e a Nouvelle Vague em seus auges.
– Primavera, Verão, Outono, Inverno, Primavera (Coreia, 2004)
Kim Ki Duki é o “diretor do silêncio”, é muito mais simbólico do que falado. Dividido em 5 partes em que um monge, que vive isolado em uma cabana de palafita no meio de um bosque, acompanha o crescimento de uma criança que ele tem por discípulo. Simbólico, sensorial, budista e maravilhoso. Esse é meu filme favorito.
– Capitão Fantástico (EUA, 2016)
Único filme americano na lista (é também o mais fácil de se assistir), um casal extremamente culto e idealista se muda com seus seis filhos para uma casa no meio do mato e decide criá-los de maneira que eles se tornem adultos extraordinários. Quando precisam ir à cidade, o choque com a cultura urbana gera esse filme bizarramente incrível.
– Terra em Transe (Brasil, 1967)
Glauber Rocha fez o filme definitivo sobre a política no Brasil em 1967. É considerado o melhor filme da história do cinema brasileiro. Um poeta se une a um político idealista que, pouco a pouco, vai se corrompendo em meio a um golpe.
Você é de esquerda? Escute, idiota. A luta de classes existe. Qual a sua classe?
– A Febre do Rato (Brasil, 2012)
O cara tenta fazer um filme à la Glauber Rocha em 2012 – e é maravilhoso, pois consegue. Um poeta de rua, cujo apelido é “filósofo”, cria um jornal independente chamado Febre do Rato para divulgar suas poesias, reflexões e anarquismo pelas ruas di Récifi.
– A Dança da Realidade / Poesía sin Fin (Chile, 2012-2016)
Meu diretor favorito. Aos 89 anos, Jodorowsky decidiu produzir uma “autobigrafia imaginada”, uma série de 3 filmes misturando sua própria história com circo, filosofia, surrealismo e arte. O ator que o interpreta é seu filho, e ele estabelece diálogos consigo mesmo, além de remontar memórias infantis com surrealismo e arte. É maravilhoso e chocante. É arte pura, viva, e como tal muitas vezes choca, emociona e agride.
– Vá e Veja (Rússia, 1985)
Ninguém nunca falou com tanta clareza sobre os horrores da guerra. Os russos o fizeram. A proposta é pegar um menino de 13 anos, um pré-adolescente qualquer, nacionalista, sonhador, e acompanhá-lo por uma semana. Só isso. O horror da guerra é transmitido, simbolicamente e na prática, pelo olhar do personagem. É considerada a obra-prima dos filmes de guerra.
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Emo Tropical 