MONOGAMIA MUSICAL
Esses dias comentaram comigo “eu gosto de ter vários romances, sabe? não quer dizer que eu queira namorar com nenhum deles. Às vezes, quando você ta empolgado, você até passa um tempo monogâmico, não dá vontade de ficar com mais ninguém. Mas isso passa, né, sei la, as pessoas não entendem e grudam, ai me broxa totalmente. A monogamia a longo prazo pra mim não faz o menor sentido.“
Eu não só concordei com cada vírgula e entonação, como mais tarde ainda pensei, ouvindo apaixonadamente uma nova música: com a música acontece a mesma coisa.
A gente se empolga, fica apaixonado, mostra pra todo mundo, acha que nunca mais vai encontrar uma música tão linda e que faça sentir daquele jeito; mas dali a uns dias quando acorda já não é bem assim, já é apenas mais uma música gostosinha, que é até boa de ouvir de vez em quando, mas aguarda-se ansiosamente pelo momento em que o destino nos presenteará com a próxima canção.
Ainda bem que ninguém inventou monogamia musical. Ainda.
MÃE, FORMEI
Ontem tava pensando: caralho, eu vou me formar na ufrj, viado. Quantas pessoas ja chegaram até aqui? Um monte. O que isso significa? Nada. Mas que é uma conquista, é. Isso chegou ao patamar de sonho após a pressão de 2011-12, meus anos de vestibular. E agora é uma realidade. Consegui empregos, estou inserido no mercado. Inserido com um diploma grande nas costas, abrindo portas que muita gente não tem. Que bela merda, ein? Conquistei o direito de lutar pela minha alforria com mais algumas armas à disposição.
PARA QUE LEMOS?
Nós lemos para terminar de ler. Essa foi umas das conclusões mais interessantes exposta em A Preparação do Romance, de Roland Barthes.
A boa literatura é aquela que nos faz correr por suas páginas tão intrigados que não notamos as páginas passarem. Executamos o exercício de “terminar de ler” sem achá-lo penoso ou cansativo.
Livros precisam cativar a todo instante. Não há espaço para informações irrelevantes. Tudo precisa ter sua importância.
MATÉRIAS
Era uma vez o “Era uma vez”: “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía recordaria aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”. Como uma única frase consegue conter tantos elementos, que serão explicados ao longo de mais de 800 páginas? Confira uma análise sobre as “primeiras frases” dos grandes clássicos da literatura.
Sócrates, ícone da democracia: Ídolo corintiano, formado em medicina, ativista político e tocador de violão. Sócrates só não fez mais por falta de tempo. Como todo gênio, viveu pouco e fez muito. Uma história de luta que diz muito sobre os jogadores de hoje em dia.
Os primeiros dados de violência após a liberação da maconha: Imaginem quando os Bolsominions descobrirem que, além de trazer lucros, a maconha fez com que bandidos se matassem com mais frequência? É que, com menos produto na praça, a concorrência ficou mais acirrada.
FRASES
Eu não quero ranço de velhice. Eu quero uma coisa nova. Eu quero uma coisa novíssima. Então, vamos fazer a cabeça dos novos, que os velhos já estão fritos. Raul Seixas
Neste século perverso e devasso, até a virtude tem de pedir perdão ao vício. Shakespeare
“eu gosto de ter vários romances, sabe? não quer dizer que eu queira namorar com nenhum deles […] A monogamia a longo prazo pra mim não faz o menor sentido.“ nunca li algo com que eu me identificasse tanto ❤
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